Num mundo em que acha estranho até a roupa que eu visto, e acredita, tolinho, que pode tirar conclusões sobre mim a partir de como eu me visto, ignorando que eu posso fazer o cosplay que eu quiser, ou ainda realmente me apresentar completamente diferente conforme meu desejo do dia (ou ainda o que tiver pra expressar no dia), é engraçado mas n surpresa que as pessoas buguem qdo se surpreendem com as coisas mais irrelevantes. Eu já chorei desfilando em escola de samba, e já desfilei em show do System of a Down, e em nenhum dos momentos eu estava fingindo pra e adaptar ao contexto. As duas pessoas são parte de mim. Cabe em mim fazer uso de substâncias entorpecentes e dizer "não, obrigado" qdo eu n quiser. Aliás, posso beber de vomitar ou tomar só um suco que a disposição de trocar, de rir, não some. Cabe em mim tanto o desejo de continuar saindo à noite para o resto da vida quanto cabe ir começando a fazer coisa de dia, agora que estou começando a testar novos meios de poder pegar sol. Cabe em mim tanto ter alergia do sol (mas que fique pra trás, por favor!) quanto amar o mar. Cabe em mim amar o mar e ter pavor de água-viva, ficar feliz vendo o verde e achar que n vale a pena arriscar conviver com cobras. Cabe em mim me doa nas amizades, como cabe aprender a olhar mais pro meu próprio umbigo de vez em quando. Cabe em mim adorar circular na noite, falando com gente, como cabe ficar com vergonha. Cabe até gostar tanto da minha vida assim, cuidando de dar espaço pra criatividade e indo atrás das ideias mais loucas, quanto cabe preferir estar num relacionamento legal que estar solteira (e "Deus me dibre" de um relacionamento em que eu tenha que não ser quem eu sou!). Consigo ter vergonha de dizer que preferia não estar solteira tanto quanto consigo perceber que estou vivendo bem assim e que não valeria a pena me forçar a alguma situação ruim só pra não estar. Cabe em mim gostar muito de gente, mas não me violentar aturando o inaturável só pra ter companhia, pq eu e eu estamos nos dando bem.
Falando em eu e eu e em Deus me dibre, cabe continuar defendendo os direitos das pessoas de não ser segregadas por não seguirem uma determinada religião dominante, tanto quanto coube me reconhecer espírita esse ano. (Talvez seja essa a relação que mais choque. Todos os outros comportamentos e ideias que os outros conhecem e que pareceriam dissonantes, para mim, são coerentes com ser espírita. É isso que sou no momento. Saí do armário espiritual.).
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