quarta-feira, 30 de agosto de 2017
Conto bem curto
Surpreendia-se não por gostar da dor que lhe imprimiam aquelas garras negras, mas pela inesperada delicadeza da pele e da estrutura daquelas mãos monstruosas...
(Não pensei num título)
Foi-se o último dos erros
Terminam por agora os dissabores
(Como os daquela canção "Dolores")
Devo pintar-me com novas cores
Em lugar de me prender a horrores
Mudo de ideia sem grandes urros
Não me disponho a adular macho babaca
Olho piedosa pra necessidade de atenção
Ainda assim, não me comove o coração
Não que eu proponha aqui um sermão
Nesta rima pobre, terminada em "ão"
Mas tem postura que me ataca
Me afronta um pouco tal modo de estar no mundo
Ainda que eu saiba o que é pesar profundo
Mas, nem mesmo por um único segundo
"Aparecer" se torna o objetivo (Acho imundo!)
Já não me escondo nem me deprecio
Porém não compartilho deste modo vadio
De, tal qual um cachorro no cio,
Querer sugar do outro algo pra manter o brio
Após olhar pra dentro, pro fundo,
Sigo achando desnecessário
Comportar-se como tal, otário
E lanço neste blog/diário
A percepção de que, na jornada diária
Mais que a corrida narcísica otária
Vale é a dedicação realmente necessária
À melhoria da vida no mundo.
quarta-feira, 23 de agosto de 2017
Angústia
Toma-me, mais uma vez, a angústia.
Ressinto-me do que sou.
Num instante, parto sem medo, num impulso;
Em seguida, paraliso, me arrependo do que faço,
E às paranoias que repentinamente me dou,
Engulo como se fossem hóstias.
Talvez seja a religião do medo:
Não importa qual seja o enredo,
Encontro um meio de acusar-me
Aponto pra mim mesma o gatilho-dedo
E não há como consolar-me.
De onde a sensação de pequenez?
sábado, 19 de agosto de 2017
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