sábado, 13 de outubro de 2018
Nem tudo são flores na criação de flores
Escondida dentro do banheiro, comecei a pensar na minha situação, enquanto aquele inseto enorme, do tamanho de metade do meu polegar, e muito mais robusto (e meu polegar é grande), zumbia pela minha sala/quarto. Escrevo sobre a independência de criar as próprias flores à noite e, pela manhã, tenho que me confrontar com o tipo de presença desagradável que elas podem atrair. Penso, por uns 3 segundos, em doá-las - pensamento logo afastado em razão do grau de injustiça de eu não poder ter flores por causa dos insetos. Não podemos, nem eu nem as flores, nem merecemos, passar a vida em uma redoma, nem entrar numa jornada de desistência, rumo ao auto-aniquilamento, apenas pra fugir do medo e das ameaças (reais e imaginárias) dos insetos.
sexta-feira, 12 de outubro de 2018
Plano infalível (ou Das minhas próprias flores)
Notei que as flores, este ano, demoraram mais pra chegar que no ano passado. Da minha janela-vitrine, porém, atenta à comparação com o que não retorna ("É impossível se banhar duas vezes no mesmo rio), míope que sou, banquei a hipermétrope e deixei de enxergar a minha realidade mais íntima. No sacrossanto parapeito do meu lar, minhas próprias flores roxas floresciam faceiras, espevitadas, chegando antes mesmo de suas irmãs que avisto da janela. Só após a chegada destas irmãs, porém, percebo a diferença estratégica que simbolicamente se instaura com relação ao ano anterior. Se antes eu queria voar, feito trouxa, e alcançar as flores roxas do Instituto, hj cultivo minhas próprias flores. Dos amores e dissabores, restam só a disposição para a vida, ao vivo e a cores, e a eterna mania de parafrasear "Dolores".
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