E, de repente, percebeu o que tudo aquilo reforçava. Nada, nas fotos festivas, dava pistas dos momentos de comer apenas arroz com cenoura pq "era o que tinha". Vestir roupas n falava do sacrifício de lavá-las no chuveiro numa casa sem tanque e sem área. Sequer o ato de estar sempre com as mesmas botas denunciava a inexistência de outro par. Só reclamações maciças o poderiam, mas como reclamar da realização do sonho da manutenção do desejo de estar viva?
(Sentiu-se triste pelos colegas que, desde cedo, sonhavam com riquezas e checklists. Notava agora que a raiz de toda a satisfação estava no tipo de coisas que almejara.)